São Paulo, sábado, 16 de março de 1996
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Guerra de preços nas redes já chegou ao interior

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A guerra de preços vivida pelos supermercados de São Paulo, com a entrada em operação de novas redes, está chegando ao interior. Sorteio de carro BMW, utilização de cartão de crédito e pagamento em até 30 dias, sem juros, são alguns dos instrumentos utilizados pelos supermercados para atrair os consumidores.
"Cada um procura a estratégia que acha mais conveniente para aumentar suas vendas", diz José Alberto Gimenez, um dos diretores da rede de supermercados Gimenes, que atua na região de Ribeirão Preto.
E a estratégia de Gimenez está agitando a região. Associado a cem fornecedores, a rede tem verba de R$ 550 mil para derrubar preços e oferecer prêmios.
Um terço desse valor será destinado à distribuição de prêmios, que incluem um BMW, cinco outros carros nacionais e mil eletrodomésticos nos próximos 75 dias.
O restante da verba será destinado à redução de preços dos itens comercializados. Gimenez espera aumentar suas vendas em 20%.
Reduzir custos
A guerra de preços, além da distribuição de brindes, exige vários outros acertos, segundo José Sarrassini, da rede de supermercados Tonin, que atua na região sudoeste de Minas Gerais.
Os supermercados do interior começam a se preocupar mais com a redução de custos. Estão achatando margens de comercialização e se informatizando cada vez mais, diz Sarrassini.
Os números indicam o aumento da concorrência. A rede Tonin comercializou de 25% a 30% mais no primeiro bimestre deste ano sobre o mesmo período de 95.
O faturamento, no entanto, cresceu a uma taxa bem menor, o que mostra redução dos preços, diz.
Safra vai ajudar
Apesar da maior concorrência, as vendas no interior estão melhores do que as de São Paulo. Sarrassini diz que enquanto a média nacional de faturamento teve queda de 0,93% em janeiro em relação ao mesmo período de 95, sua rede conseguiu aumento de 3,8%.
Essa evolução continuou em fevereiro (mais 5%) e também está se registrando em março: de 6% a 7% de aumento nos 12 primeiros dias.
Outro motivo para comemoração no setor é a chegada da safra, que injeta mais dinheiro no mercado e melhora o poder aquisitivo do consumidor.
No caso específico de Minas Gerais, as esperanças vêm do café, produto que teve uma safra ruim no ano passado, diz Sarrassini.

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