São Paulo, sábado, 16 de março de 1996 |
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Mercado reage e as vendas aumentam
SUZANA BARELLI
Diversas construtoras e incorporadoras estão com lançamentos "saindo do forno", na tentativa de atrair um consumidor descontente com os rendimentos das demais aplicações financeiras. A Goldfarb, conhecida pelo financiamento chamado Plano Melhor, reabriu há 15 dias seus plantões de vendas em dois edifícios em bairros residenciais em São Paulo e estuda reabrir outros oito. Os escritórios, diz Tomás Nioac, diretor comercial da Goldfarb, estavam fechados desde julho de 95. A Encol, uma das maiores do setor, fecha este primeiro trimestre com sete lançamentos no Estado. "O volume de vendas já é suficiente para apontar a reação do mercado", afirma Dolzonan da Cunha Mattos, diretor-superintendente da Encol. Em janeiro, o volume de vendas da Encol equivaleu a R$ 3 milhões. Passou para R$ 5 milhões no mês passado. "Nesse ritmo, esperamos crescer 5% no ano." Outra construtora, a Impar, lança no final deste mês três edifícios (dois comerciais) em São Paulo. O último lançamento da empresa havia ocorrido em junho de 95. "Devemos colocar mais oito lançamentos no mercado até maio", afirma Gerson Bendilati, diretor de incorporação da empresa. Retomada constante A previsão de reação do mercado das construtoras, que estimam vendas até 10% maiores neste ano, é confirmada pelo Secovi, o sindicato do setor de habitação. "As primeiras prévias de fevereiro e março indicam o aumento de vendas. É uma retomada constante", afirma Ely Weitheim, vice-presidente do Secovi. Para Weitheim, a oferta mensal de imóveis deve alcançar a média de 10 mil unidades neste ano. Em 1995 -ano marcado por um primeiro semestre aquecido e o segundo bastante fraco-, a média foi de 9.000. Mas o número ainda é baixo, diz Weitheim. "A média de oferta no Brasil é de 12 mil imóveis por mês." A porcentagem de vendas também deve aumentar, segundo o Secovi. A velocidade de vendas deve pular de 5% para algo entre 10% e 11% das unidades ofertadas. Financiamento A queixa das construtoras refere-se à falta de financiamento para a construção. "O financiamento está escasso e, quando há dinheiro, seu custo é caro", afirma Weitheim, do Secovi. Uma das consequências dessa diminuição de vendas, segundo Weitheim, é a redução dos prazos de financiamento. "As construtoras não terão recursos para bancar financiamentos mais extensos, de 90 meses, por exemplo", afirma. Nioac, da Goldfarb, conta que a empresa está procurando alternativas de financiamento para a construção, inclusive no mercado externo. "Vamos voltar com intensidade ao mercado neste semestre, mas precisamos de recursos." Odair Garcia Senra, diretor da Gafisa, diz que a construtora tem lançamentos na gaveta, mas aguarda saídas para financiamento. "Estamos analisando as companhias hipotecárias e até empréstimos ao exterior", diz Senra. Na análise de Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, presidente da Adviser Consultores, a falta de financiamento para a construção pode barrar a reação do setor. "O mercado está começando a vender porque há uma demanda reprimida, mas há o problema de conseguir financiar a produção. " Texto Anterior: Venda do Tipo cai 84,9% nos primeiros dois meses de 96 Próximo Texto: Siga essas dicas e cuidados para fazer bom negócio Índice |
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