São Paulo, sábado, 16 de março de 1996
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Japoneses dão ultimato aos brasileiros

FERNANDO RODRIGUES
ENVIADO ESPECIAL A TÓQUIO

O Ministério da Indústria e Comércio Internacional (Miti) do Japão deu um ultimato ontem para que o Brasil reduza suas alíquotas de importação de veículos.
Shunpei Tsukahara, ministro-chefe do Miti, teve uma reunião ontem com a ministra da Indústria, Comércio e Turismo do Brasil, Dorothea Werneck.
Tsukahara afirmou que o Japão cogita de entregar uma reclamação formal para a Organização Mundial de Comércio (OMC).
A OMC é o organismo mundial que regula o comércio entre os países. O Brasil elevou de 32% para 70% suas tarifas de importação de veículos em março de 95.
Isso desagradou o japoneses. A reclamação formal do Miti contrasta com o clima de otimismo com que o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso em relação ao Japão.
FHC passou três dias e meio em Tóquio, para uma visita em nível de chefe de Estado. Chega hoje à noite ao Brasil com contratos assinados no valor de US$ 3,686 bilhões dos japoneses para o setor público brasileiro.
Em uma entrevista coletiva antes de partir de Tóquio, FHC disse que, espontaneamente, que "está prevista" uma redução das alíquotas "com o controle da balança".
O presidente se referia ao déficit da balança comercial (exportações menos importações) do Brasil.
Ontem, no Miti, Dorothea foi recebida num clima muito menos amistoso do que esperava. Segundo a Folha apurou, o ministro Tsukahara foi duro e disse ser urgente debater o tema para evitar que o Japão entre com uma reclamação formal na OMC.
Os japoneses esperavam exportar cerca de 30 mil veículos para o Brasil no segundo semestre de 95.
Por causa do aumento de alíquotas, disse o Miti a Dorothea, o número de carros caiu para 700.

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