São Paulo, domingo, 17 de março de 1996
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Empresa deixa dívida salarial

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Confederação dos Vigilantes chegou ao número de 600 mil seguranças clandestinos depois de fazer um levantamento de todas as empresas sem registro que atuam no Estado do Rio de Janeiro. A lista encaminhada ao Ministério da Justiça registra 98 empresas clandestinas.
A partir dessa amostra, a confederação fez uma projeção e, além do número total de seguranças, descobriu que a maioria dessas empresas tem vida curta.
Segundo o relatório enviado ao ministério, essas empresas duram no máximo dois anos e meio e costumam deixar os vigilantes sem salário de 3 a 5 meses, em média.
Algumas empresas vendem um serviço adicional para o qual não têm equipamento.
Ainda segundo o relatório, elas prometem cursos de formação de vigilantes sem ter sequer um estande de tiro adequado.
A Polícia Federal tem um projeto de aperfeiçoamento dessa mão-de-obra em que se exige que os vigilantes sejam treinados na Academia Nacional de Polícia, o mesmo local onde são treinados os policiais federais.
Por falta de recursos, o projeto não sai da gaveta -a Academia funciona pela metade para a própria Polícia Federal.
Legislação
O Ministério da Justiça quer definir neste mês uma nova legislação durante a primeira reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada, integrada por representantes dos empresários e dos trabalhadores do setor.
"Nós queremos ficar também responsáveis pela concessão das autorizações, pois sabemos quem são os picaretas que arranjam testa-de-ferro para voltar ao mercado depois de fechar empresas sem pagar aos vigilantes", afirma o presidente da federação dos empresários do setor, Lélio Carneiro.
(AG)

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