São Paulo, domingo, 17 de março de 1996 |
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BID quer maior controle dos capitais voláteis na AL Banco interamericano fará a reunião anual em Buenos Aires DENISE CHRISPIM MARIN
A mensagem não virá em tom oficial -mas como uma sugestão dos especialistas da casa. E será veiculada durante a assembléia anual do BID, entre os dias 21 e 27 de março, em Buenos Aires. Consultado pela Folha, um economista que trabalha na sede do banco, em Washington (EUA), e que preferiu não se identificar, afirmou que o BID prefere que a definição sobre o tema parta da equipe econômica de cada país. Mas tamanha discrição não impedirá que o corpo técnico do organismo use seus argumentos -e o último documento sobre o tema, de 319 páginas, de outubro/95. Prioridade Nesse compêndio, o economista-chefe do BID, Ricardo Hausmann, afirma que a resistência da América Latina aos choques adversos depende da atualização das políticas relacionadas com o fim da volatilidade. E completa que essa tarefa é tão necessária quanto foi anteriormente "superar outros problemas difíceis, como a elevada inflação". O documento aponta ainda que a entrada de capitais voláteis -destinados a investimentos financeiros de curto prazo- foi pesada na América Latina entre 1989 e 1994. Em meados da década de 80, não passou dos US$ 14 bilhões. Segundo a Folha apurou, houve leve redução do ingresso desses investimentos em 1995, mas a queda ainda não é aceitável pelo BID. Em 95, entraram na América Latina US$ 30 bilhões -incluindo os empréstimos concedidos pelo FMI à Argentina e ao México. Esses dois países -que sofreram mais diretamente o "efeito tequila"- repartiram a fatia de US$ 5 bilhões do total de capitais voláteis. Recorde em 93 O recorde da invasão de capitais voláteis foi em 1993, quando entraram cerca de US$ 68 bilhões na região. Um ano depois, US$ 45 bi. Durante a manhã do próximo dia 24, o presidente do BID, Enrique Iglesias, conduzirá a discussão sobre a volatilidade e os mecanismos fiscais necessários para superá-la. Há a expectativa de que o Chile seja exposto durante essa conferência como exemplo aos vizinhos. Na visão do BID, o Chile soube aplicar controlar o ingresso de capitais voláteis. Ao mesmo tempo, elaborou eficientes políticas fiscal e financeira, que sobreviveram à sucessão de governos e ministros. Texto Anterior: Para Langoni, autonomia do BC é melhor do que CPI Próximo Texto: Equipe de Cavallo resiste em impor travas Índice |
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