São Paulo, terça-feira, 19 de março de 1996 |
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Banespa precisa ser apurado, diz Quércia
GEORGE ALONSO
Quércia mandou cópias aos senadores José Sarney (AP), presidente do Senado, e Jáder Barbalho (PA), líder do partido na Casa; e ao deputado Michel Temer (SP), líder do PMDB na Câmara. Na carta, diz que é preciso trazer à tona "os crimes cometidos pelo Banco Central em favor de banqueiros privados" e "a danosa intervenção efetuada há mais de um ano no Banespa". "Tentaram (o BC) transformar em prejuízo o lucro de R$ 1,6 bilhão do Banespa em 1994, para justificar a privatização", diz ele, que prepara ação contra o BC pela fuga de depósitos devido à intervenção. Quércia voltou a fustigar o presidente Fernando Henrique Cardoso. "O que se deduz de um presidente que decide criar o Proer (programa para reestruturação de bancos) um mês antes do escândalo do Nacional?", indaga. A CPI do Banespa feita pela Assembléia Legislativa (de janeiro a março de 1995) apurou que o governo Quércia (1987-91) fez operações ARO (Antecipação de Receita Orçamentária) no Banespa sabendo que não poderia pagá-las. ARO é empréstimo bancário que o governo faz dando como garantia arrecadação futura de impostos. As operações do governo Quércia receberam sinal verde do BC. A CPI do Banespa acabou isentando os ex-governadores e responsabilizando só ex-secretários da Fazenda e diretores do banco. O Estado deve ao Banespa cerca de R$ 16 bilhões, um terço em ARO. Quércia ainda usa como atestado de idoneidade texto do atual secretário estadual da Fazenda, Yoshiaki Nakano, no qual diz que as dívidas do Estado com o Banespa não se resumem à gestão quercista. Minguado em sua liderança, Quércia busca de todo o jeito revigorar sua influência no interior paulista, visando o pleito de outubro. É cartada decisiva para possível candidatura regional em 1998. Texto Anterior: Tucano recebe líderes do PPB Próximo Texto: FHC articulou uma CPI contra Sarney Índice |
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