São Paulo, terça-feira, 19 de março de 1996
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Procuradores usam tática do 'barulho'

Para advogados, mídia é imprescindível

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

Os procuradores da República Alex Amorim de Miranda, 40, e Artur de Brito Gueiros Souza, 28, formam uma dupla do barulho. E isso é proposital.
"Não podemos prescindir da mídia, que faz autoridades pensarem duas vezes e olharem com carinho as questões que chegam lá", diz Gueiros. Para Miranda, a exposição em jornais "faz parte da natureza da função. A notícia são os criminosos, não nós".
Foram eles que denunciaram e conseguiram a prisão preventiva domiciliar do ex-vice-presidente de Controladoria do Nacional, Clarimundo Sant'Anna.
Caso menor
Eles pegaram Sant'Anna em um caso aparentemente menor -possível irregularidades na conversão informal da dívida externa. Para eles, não importa.
Miranda ataca com o exemplo óbvio: "Pegaram o Al Capone por sonegação do IR. Com a Rosane Collor também foi assim".
Ele se refere a seu caso mais famoso, quando era procurador da República em Maceió e denunciou a então primeira dama por usar ilegalmente recursos da LBA. O caso ainda está na Justiça.
Opostos
Gueiros e Miranda são opostos que se atraem. Eles concordam na forma de agir na Procuradoria, um substitui o outro nas férias, trabalham juntos e, nos fins-de-semana, diz Miranda, tomam chopinho e vão à praia.
As semelhanças acabam aí. O elétrico alagoano Miranda, 1,60 metro, e o tímido Gueiros, 1,77 metro, são antagônicos.
"Ele é o genro que toda sogra pediu a Deus", diz Miranda do colega, enquanto se autodefine como "tríplice coroado", com três divórcios nas costas.

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