São Paulo, terça-feira, 19 de março de 1996
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CUT pede a líder alemão ajuda contra desemprego

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Confederação dos Metalúrgicos da CUT, Heiguiberto Guiba Navarro, pediu ontem a Klaus Zwickel, presidente do poderoso sindicato de metalúrgicos alemão, o IG Metall, ajuda no combate ao desemprego.
"Sugerimos aos empresários que se recusem a empregar crianças ou contratar serviços de firmas que usam trabalho infantil. Com isso, poderíamos aumentar o emprego no país. Há mais de 4,8 milhões de crianças trabalhando. Mas só a Volks aceitou,", disse Guiba.
Ele pediu a Zwickel que pressione nesse sentido as empresas alemãs com sede no Brasil e peça a elas que parem com as demissões no país.
O alemão, que está no país desde sábado, considerou "um escândalo" o trabalho infantil.
Zwickel almoçou com metalúrgicos da CUT e Força Sindical ontem e depois visitou a CUT, onde explicou o pacto que está sendo construído na Alemanha contra o desemprego, que prevê a criação de 2 milhões de vagas até o ano 2.000.
Ele disse estar "confiante" na construção do pacto, apesar das dificuldades. "Os empresários não querem acabar com as horas-extras, o que só no setor metalúrgico resultaria na criação de 150 mil empregos", disse Zwickel. Ele criticou sindicatos que assinam acordos que ferem as leis trabalhistas.
Guiba e o presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, explicaram parte da campanha contra o desemprego que será lançada hoje, com o mote "Diz-emprego", e que, segundo a CUT, poderá criar 3,5 milhões empregos.

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