São Paulo, quarta-feira, 20 de março de 1996
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Malan divulga ajuda ao BB

FERNANDO GODINHO; GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Auxílio consiste em injeção de recursos e distribuição de dividendos

O ministro Pedro Malan (Fazenda) anuncia hoje medidas de socorro ao Banco do Brasil, que acumulou um prejuízo de aproximadamente R$ 4 bilhões em 1995 e precisa aumentar seu capital.
Entre as medidas, o governo vai anunciar injeção de recursos na instituição e a publicação de uma MP (medida provisória) que permite a distribuição de dividendos -lucros para os acionistas- referente ao primeiro semestre de 1994.
Durante todo o ano passado, o BB seguiu um programa de recuperação que envolveu demissão de funcionários, fechamento de agências e cobrança de empréstimos em atraso.
Avalia-se, agora, que é necessária uma medida mais urgente. Uma das alternativas estudadas ontem em reunião da equipe econômica era o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) entrar com R$ 1,5 bilhão no negócio e se tornar um dos acionistas do BB.
O próprio governo sinalizou que anunciaria hoje uma solução para o BB, ao suspender a negociação de ações do banco nas Bolsas de Valores ontem e hoje.
Tal providência foi adotada para evitar especulação no mercado. A Comissão de Valores Mobiliário foi informada da decisão por meio de telex.
Rombo
A persistência de grandes prejuízos no BB traz uma série de riscos para o governo federal. Quando as despesas de um banco superam as receitas, a diferença é tirada do patrimônio da empresa.
Ou seja: em 1995 o BB teve uma perda patrimonial de R$ 4 bilhões. Seu patrimônio, hoje na casa de R$ 2,5 bilhões -o balanço só será divulgado hoje-, não resistiria a um novo prejuízo como o de 95.
Além da capitalização, há outras providências em preparação com objetivo de evitar um rombo patrimonial no BB.
Uma delas é o Tesouro pagar parte dos R$ 4,1 bilhões que deve a seu banco, referentes a operações da década de 80.

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