São Paulo, quarta-feira, 20 de março de 1996
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REPERCUSSÃO

Orestes Quércia, PMDB, ex-governador paulista - "É uma prática antiga da política brasileira. Quando não se quer esclarecer uma denúncia, criam-se fantasmas. No interior, chama-se isso de caminho de cobra: 'É perigoso ir porque tem cobra'. Um governo transparente não tem que ter medo de CPI."

Mário Covas, PSDB, governador de São Paulo - "A CPI cria uma turbulência no mercado, gera insegurança no mercado. Se a CPI gerar essas consequências, o Real também será atingido. Isso não tem relação com instabilidade política. A democracia está garantida".

Paulo Maluf, PPB, prefeito de São Paulo - "Nunca gostei de ser explicitador dos outros. Cabe a ele (Sérgio Motta) explicitar o que falou."

Paulo Paiva, ministro do Trabalho - "A CPI dos Bancos não ameaça a democracia. Mas é mais pertinente que a matéria seja tratada no âmbito do Ministério Público. O Plano Real é uma conquista da sociedade. A democracia está consolidada".

Vicente Paulo da Silva, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) - "Acho que a CPI dos Bancos só proporcionará bem-estar e tranquilidade à população. A transparência fortalecerá o processo democrático. Quem não deve não teme."

Luiz Antônio de Medeiros, presidente da Força Sindical - "Não vejo nenhuma ameaça ao Real. Se este fosse um país sério, os Magalhães Pinto já estariam presos".

José Dirceu, presidente nacional do PT - "O que vai acabar com o Real é a bandalheira, a impunidade e a cumplicidade do governo. Quem ameaça a democracia é o próprio Fernando Henrique Cardoso."

Paulo César Cavalcante Farias, o PC, empresário - "O suposto medo do ministro e do presidente da República parece mais uma apelação. A declaração do ministro liquida o Brasil no ramo internacional. Não há campo para o autoritarismo no Brasil. O Brasil deixou de ser uma 'República de bananas'."

Tarso Genro, PT, prefeito de Porto Alegre - "O ministro diz que há a possibilidade de intervenção militar para operar as regras do jogo democrático. Isso é inaceitável, imprudente e provocativo. A CPI pode ajudar a sanear o sistema financeiro, que está corrompido."

Olívio Dutra, presidente do PT-RS - "A CPI não ameaça o Real e é um passo importante para radiografar um sistema financeiro que é uma bomba de sucção de recursos do setor produtivo para o bolso de meia dúzia de pessoas."

Egídio Brunetto, da direção do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) - "Dizer que a democracia corre risco por causa de uma CPI é repetir o discurso da ditadura militar. É inadmissível que um governo, que se diz sério e honesto, trabalhe contra a CPI. Ou o governo é conivente, ou quer acobertar roubalheira".

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