São Paulo, quarta-feira, 20 de março de 1996
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Brasil obtém juro menor com os "samurai-bônus"

Dinheiro captado no mercado japonês abaterá a dívida interna

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil conseguiu juros menores e prazos maiores ao colocar no Japão US$ 285 milhões em "samurai-bônus". Os juros serão de 5,5% ao ano, com prazos de cinco anos e pagamentos semestrais.
"É um sinal de que o país tem um risco menor do que um ano atrás", afirmou o diretor da área externa do Banco Central, Gustavo Franco.
Ele disse que no ano passado foram colocados papéis no mercado de euro-ienes (papéis lançados na Europa, mas com pagamentos em ienes) com juros de 6% e prazo de dois anos, recordando que naquele ano a taxa de juros efetiva era menor. A queda na taxa, em um ano, foi de 0,5 ponto percentual.
"Cerca de 85% dos 'samurais' já estavam vendidos no primeiro dia da operação", afirmou Franco, para quem o país dificilmente conseguiria esse desempenho um ano atrás.
Segundo ele, os "samurais-bônus" foram vendidos a pequenos investidores. "A Nomura, encarregada do lançamento, tem a fama de vender 'samurai-bônus' de porta em porta, usando bicicletas", afirmou, referindo-se à corretora contratada pelo BC para fazer a colocação dos papéis brasileiros.
O dinheiro captado será usado para resgatar parte da dívida interna brasileira. Isto quer dizer que o BC, ao contrário dos bancos comerciais -que trazem recursos para emprestá-los às empresas-, não vai repassar internamente o dinheiro levantado no Japão. A vantagem é que diminui os gastos com a rolagem da dívida pública.

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