São Paulo, quarta-feira, 20 de março de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
BNDES poderá emprestar R$ 800 mi aos usineiros Governo estuda alternativas para financiar setor sem o BB SÔNIA MOSSRI
Além disso, o governo também analisa mais uma linha de crédito de R$ 150 milhões exclusivamente para o financiamento do estoque de álcool ao longo do ano pelas destilarias. As discussões com o governo envolvem os líderes do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), e do PFL, Inocêncio Oliveira (PE). Ambos articulam com o Palácio do Planalto uma solução para o pleito dos produtores de álcool. O principal negociador dos produtores de álcool com a equipe econômica, deputado José Múcio (PFL-PE), disse ontem à Folha que o governo ainda não definiu o volume de financiamento para o setor. Ele afirmou que o setor defende uma recuperação gradual de uma suposta defasagem de 20% do preço do álcool e 28% da cana para diluir os reflexos sobre a inflação. Usineiros Hoje, o BNDES já financia o setor sucroalcooleiro exclusivamente para projetos industriais. Como o Banco do Brasil não tem condições de voltar atender o setor, o governo examina a alternativa do BNDES. O BNDES, por intermédio da assessoria de imprensa, informou que ainda não existe decisão sobre a criação de uma linha especial para o plantio da cana. Múcio, que discorda que o setor sucroalcooleiro seja chamado de usineiros, avalia que o governo deveria financiar somente as destilarias com condições de pagar as dívidas atrasadas. "Por causa dos inadimplentes, todo o setor está sem crédito. O governo pode fazer reforma agrária nas terras de plantadores de cana impossibilitados de pagar a dívida com a União". Apenas com o Banco do Brasil, o setor acumula uma dívida de R$ 4 bilhões. Por isso mesmo, a instituição resiste em implementar um novo socorro financeiro aos produtores de álcool. Subsídios O senador Teotônio Vilela (PSDB-AL) considera que somente o financiamento não tiraria o setor da crise atual -70 das 300 destilarias estão fechadas atualmente por total inadimplência. "O governo precisa decidir se o Proálcool é uma prioridade de governo. É necessária uma linha de financiamento para renovação dos canaviais", observou o senador. Já José Múcio disse que o governo estuda mecanismo para que a Petrobrás deixe de ser responsável pelo subsídio que cobre as diferenças de custo de produção entre o álcool e a gasolina nas refinarias. Ele defende que o próprio Tesouro Nacional subsidie diretamente o álcool, como nos EUA, disse. Texto Anterior: A capitalização do BB Próximo Texto: Produtor insiste em reajuste Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |