São Paulo, quarta-feira, 20 de março de 1996
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Um ano após ataque, japoneses sofrem sequelas do gás sarin

Três vítimas do atentado em Tóquio ainda estão em coma

DO "THE INDEPENDENT"

Um ano após o ataque com gás sarin no metrô de Tóquio, que deixou 12 mortos e intoxicou mais de 5.000 pessoas, as vítimas ainda sofrem os efeitos.
Dave Pearson, o único britânico entre os intoxicados na capital japonesa, tem ataques de pânico a cada duas semanas e se vê obsessivamente dobrando os punhos.
Segundo Kanzo Nakano, psiquiatra no hospital St. Luke, 20% das vítimas do ataque ainda sofrem sintomas como estresse, depressão, dores de cabeça, pesadelos e claustrofobia. Ainda há três vítimas do atentado com o gás sarin em coma, provavelmente irreversível.
O atentado é atribuído à seita Aum Shinrikyo (Ensinamento da Verdade). O gás sarin, que se espalhou pelo metrô de Tóquio no dia 20 de março do ano passado, ataca o sistema nervoso central.
O líder da seita, Shoko Asahara, deve ser julgado no mês que vem. A Aum Shinrikyo é uma seita que previa o apocalipse e estocava grande quantidade de armas e produtos químicos.
Pearson foi atingido apenas levemente. Ele diz que sentiu um cheiro adocicado e, em seguida, viu passageiros retirando um idoso de dentro de um vagão. Ele se debateu na plataforma e acabou morrendo. Várias pessoas começaram a tossir.
Logo depois, Pearson diz que sentiu tonturas, a visão ficou embaçada e ele quase desmaiou. Foi levado ao hospital e ficou algumas horas internado.
Os efeitos do sarin eram tão fortes que a mulher de Pearson foi visitá-lo e saiu do hospital passando mal: as partículas do sarin impregnadas na roupa e cabelos dele acabaram atingindo sua mulher.

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