São Paulo, quinta-feira, 21 de março de 1996
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Assassino chegou a ser detido 9 h antes do crime

PM foi chamada por dono da pensão, mas liberou Djalma

DA REPORTAGEM LOCAL

Nove horas antes de praticar o crime, o administrador de empresas Djalma Costa chegou a ser detido por policiais militares.
Eles foram chamados por Douglas Pereira da Silva, dono da pensão onde Lucineide Leite morava. Segundo ele, Costa estava gritando e chegou a tentar o suicídio se jogando na frente de um ônibus.
"Às 6h, ele (Costa) apareceu aqui de novo dizendo que os policiais o detiveram por algum tempo e depois o soltaram", disse Silva.
Segundo a PM, em casos de ameaças de morte, o acusado só é encaminhado a uma delegacia se a vítima quiser prestar queixa. A PM informou também que esse tipo de caso é atribuição da Polícia Civil.
Carlos Antônio Sequeira, da assessoria de comunicação da Delegacia Geral de Polícia, disse que em casos de ameaça de morte a pessoa ameaçada deve ir a uma delegacia e fazer um boletim de ocorrência.
A vítima tem prazo de seis meses para solicitar a abertura de um inquérito. "Se não abrir inquérito, tecnicamente, a polícia não pode fazer nada", disse Sequeira.
Segundo ele, um delegado não pode abrir um inquérito por conta própria. "Isso depende de vontade expressa da vítima."
Após a abertura do inquérito, o suspeito de fazer ameaças é indiciado e o delegado do caso avalia se há necessidade de proteção.
Sobre o caso de Lucineide, Sequeira afirmou que só poderia ter uma posição se soubesse o que foi feito com o boletim de ocorrência, que a família não soube informar em qual delegacia foi feito.
O advogado Jairo Fonseca disse ser difícil caracterizar se houve negligência da polícia. "A maior parte das ameaças é bobagem."

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