São Paulo, quinta-feira, 21 de março de 1996
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ONU defenderá orçamento participativo

VICTOR AGOSTINHO*
ENVIADO ESPECIAL A RECIFE

Participação da comunidade nos processos de decisão, inclusive nos orçamentos municipais, estaduais e até federais, é a principal forma de combater a pobreza, segundo recomendação da ONU que vai constar na "Declaração de Recife".
O documento, elaborado por 130 técnicos reunidos no Encontro Internacional do Recife sobre Pobreza Urbana, será apresentado hoje.
A declaração vai ser enviada à reunião de Istambul (Turquia), em junho, na qual as Nações Unidas pretendem definir o crescimento das cidades.
O documento tem endereço certo: os organismos e entidades do mundo todo que financiam projetos de desenvolvimento urbano.
A Folha apurou que a autogestão ou a co-gestão devem ser indicadas como uma forma de a população administrar os seus recursos.
Em outras palavras: o Estado continua tendo obrigações claras quanto ao conforto da população, mas essa população (habitantes e setor privado) deve buscar alternativas em conjunto para a melhoria da qualidade de vida.
A descentralização das decisões e redistribuição dos recursos vão constar, assim como criação de linhas de financiamento para iniciativas comunitárias, como creches, por exemplo.
A titulação fundiária urbana e a posse da terra deverão ser, de acordo com o documento, tópicos importantes para a erradicação de pobreza no mundo.
O encontro não definiu o que é pobreza. Existem várias definições, desde as monetárias (quem vive com menos de US$ 370,00 por ano) até as calóricas -que mede a quantidade de calorias ingeridas.

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