São Paulo, quinta-feira, 21 de março de 1996
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Perot na eleição dificulta candidatura Dole

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O senador Bob Dole mal teve tempo para comemorar a garantia matemática de que será o candidato da oposição à Presidência dos EUA este ano e já recebeu a má notícia: o empresário Ross Perot também deve ser candidato.
Perot, após meses de insinuações e idas e vindas, admitiu anteontem, pela primeira vez de maneira ostensiva, que aceitará a candidatura de seu próprio partido em formação, o da Reforma.
Para Dole, a candidatura Perot "não tornará as coisas mais fáceis" para ele, mas também "não será tão ruim quanto parece".
Perot, 65, teve 19% dos votos em 1992, quando concorreu como independente. Pesquisas de intenção de voto mostram que este ano ele teria mais ou menos a mesma votação de quatro anos atrás.
As pesquisas também mostram que, como em 1992, Perot tirará mais votos dos republicanos do que dos democratas.
Os dois adversários principais da eleição de 5 de novembro se encontraram ontem pela primeira vez desde que o senador Bob Dole garantiu sua condição de oponente do presidente Bill Clinton.
Eles se reuniram na Casa Branca, sede do governo dos EUA, para discutir o impasse do Orçamento federal deste ano, ainda não aprovado pelo Congresso, sob o controle do partido de Dole.
Ao final da reunião, os líderes republicanos se negaram a serem fotografados com Clinton sob o argumento de que não deixariam o presidente "se aproveitar do prestígio de Dole".
Dole, 72, ultrapassou na terça o número de delegados à convenção nacional republicana já comprometidos com ele. O senador tem agora 1.003 delegados contra 109 de seu último rival, Pat Buchanan.
Clinton, 49, não enfrentou desafiantes no seu partido, o Democrata, e também já tem o compromisso de delegados em número suficiente para vencer a convenção nacional democrata.
Clinton aparece como favorito disparado nas pesquisas de intenção de voto em todas as hipóteses, exceto na de um confronto com Dole acompanhado do general Colin Powell como candidato a vice.
Neste caso, a chapa Dole-Powell aparece estatisticamente empatada com Clinton-Gore. Mas Powell tem negado com insistência qualquer possibilidade de se deixar convencer a concorrer como vice.
Mais prováveis companheiros de chapa de Dole são os governadores de três dos Estados em que ele venceu primárias anteontem: John Engler, de Michigan, Tommy Thompson, de Wisconsin, e George Voinovich, de Ohio.
A governadora de Nova Jersey, Chris Todd Whitman, e Phil Gramm e Lamar Alexander, ex-adversários de Dole, são outras possibilidades viáveis.

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