São Paulo, quinta-feira, 21 de março de 1996
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Hormônio faz animal comer mais

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Pesquisadores dizem ter descoberto mais um hormônio associado à obesidade em animais.
No ano passado, cientistas do Instituto para Pesquisas Médicas Howard Hughes (EUA) já haviam detectado um hormônio que, quando injetado em uma linhagem de camundongos obesos, fez com que os animais perdessem peso.
Esse hormônio, batizado leptina, é produzido por um gene que cientistas chamaram "ob" (sigla para obesidade). Animais cujos genes são defeituosos deixam de produzir a leptina, por isso engordam.
Novo estudo do Hospital da Mulher, em Boston (EUA), publicado hoje na revista "Nature", relata que camundongos, ao receber injeção com outro hormônio chamado concentrador de melanina (MCH), passaram a comer mais.
Segundo Eleftheria Maratos-Flier, uma das autoras do estudo, o MCH é um dos poucos hormônios já descobertos que induzem animais a comer.
Para a pesquisadora, a importância da descoberta se deve ao fato de o MCH ser uma proteína produzida pelo cérebro que age diretamente nas células cerebrais, ao contrário de outros hormônios, que circulam no sangue e agem em diferentes pontos do corpo.
"Ele é produzido numa área do cérebro, o hipotálamo, que controla o comportamento alimentar", disse a cientista.
Segundo ela, camundongos da linhagem de obesos têm duas vezes mais MCH que os de outra linhagem. Mas o jejum aumentou quatro vezes os níveis do MCH em ambas as linhagens, o que leva a crer que o MCH tenha um papel importante no controle do peso.
Segundo os cientistas, embora o ser humano tenha genes da obesidade semelhantes aos dos camundongos, nenhum teste ainda foi feito em homens. Para isso, eles aguardam aprovação do governo.

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