São Paulo, domingo, 24 de março de 1996
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Governistas voltam a pedir coordenador político a FHC

Três nomes são citados para articulação parlamentar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O preço que o governo pagou para aprovar a reforma da Previdência e para enterrar a CPI dos Bancos foi considerado alto demais pelos líderes governistas para o presidente continuar sem um coordenador político.
Fernando Henrique Cardoso, porém, resiste à reivindicação de seus aliados e insiste em desempenhar ele próprio o papel.
As lideranças que pedem um coordenador consideram que as duas vitória podem ter custado caro à imagem do próprio FHC.
Outro problema, argumentam, é que os negociadores de sempre podem ter descoberto o calcanhar de Aquiles do governo.
Com um articulador político, FHC não precisaria se envolver diretamente nas negociações de cargos federais e liberação de verbas.
Escolha O principal problema, argumentam os líderes, continua a ser a escolha do nome do articulador.
Por fidelidade, deveria caber ao PFL fazer a escolha. O partido conseguiu reverter os votos dos sete dissidentes que haviam se posicionado contra o governo na primeira votação da Previdência. O PSDB só virou um dos nove rebeldes.
Por isso, a cotação do presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), está em alta. Mas ele teria de renunciar para assumir a coordenação. Seu mandato termina em fevereiro de 97.
Os que defendem o nome de Luís Eduardo avaliam que a coordenação pode esperar um pouco.
Consideram que não haveria problemas maiores se ele se afastasse da presidência a partir de julho, quando o Congresso estaria esvaziado devido às eleições.
PMDB Outro cotado é o já líder do governo na Câmara, Luiz Carlos Santos (PMDB-SP). Pesa a favor de seu nome a fidelidade ao governo e a facilidade em transitar pelas várias bancadas do Congresso. Como membro do PMDB, o partido governista mais rebelde, poderia aproximar a legenda do governo.
Há uma terceira vertente que defende um coordenador menos vinculado ao Congresso, como Paulo Renato Souza, ministro da Educação. Os opositores ao seu nome lembram que o governo está satisfeito com seu desempenho e que não valeria a pena a mudança.

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