São Paulo, domingo, 24 de março de 1996
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Em Poço das Antas não há analfabeto

Cidade gaúcha tem menor índice do país

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA

Não é coincidência. Os dois primeiros prefeitos da pequena Poço das Antas (RS) são professores. O ofício é valorizado no município que lidera o ranking das cidades mais alfabetizadas do país.
Segundo o Unicef, não há analfabetos nos limites municipais entre jovens de 15 a 17 anos.
O atual prefeito, Nestor Brunstrup (PTB), vai além.
Afirma que entre os 3.200 habitantes não existe nenhum que não saiba ler, escrever ou fazer contas, salvo as crianças em idade pré-escolar.
Todos os moradores ouvidos pela Agência Folha dizem que não conhecem nenhum morador analfabeto na cidade.
Emancipado em 1988, o município fica 120 km a noroeste de Porto Alegre, numa zona de colonização estrangeira -principalmente alemã e italiana.
Escolas comunitárias
O bom nível de instrução tem origem nas escolas comunitárias fundadas no século passado pelos colonizadores alemães, segundo a secretária municipal de Educação, Górdula Kunzler Schmitz, 43.
"Primeiro os imigrantes construíam a escola. A igreja só vinha depois", afirma o frei franciscano Pedro Knob.
Atualmente, Poço das Antas possui seis escolas -três estaduais e três municipais-, que acolhem alunos desde o maternal até o 2º grau.
Para garantir a frequência de todos, a prefeitura dá transporte escolar de graça até a 5ª série.
A cidade tem cerca de 500 alunos, dos quais 120 em escolas municipais.
O salário básico dos professores municipais varia de R$ 292 a R$ 550 mensais, dependendo da formação.
O governo do Estado está pagando salário básico de R$ 156,25, segundo o sindicato dos professores.

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