São Paulo, domingo, 24 de março de 1996
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Sósias de famosos aproveitam fama

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando saiu do cinema após assistir uma sessão de "O Nome da Rosa", em 1986, o professor de jiu-jítsu Flávio Behring, 58, sentiu que todas as pessoas da fila olhavam para ele, mas não entendeu por quê. Até que ouviu alguém dizer: "Olha o homem do filme". "Era o Sean Connery. Olhei para o cartaz do filme e realmente estava parecido."
Depois desse dia, Behring se acostumou aos comentários. "Uma vez estava num avião indo do Havaí para Los Angeles quando uma comissária de bordo me disse: 'me dá um autógrafo'. Expliquei que não era o ator."
Nos meses próximos ao Oscar, todos afirmam que o "assédio" é maior. "Com o Oscar as pessoas lembram mais", diz Behring.
O agente de viagens Marco Covello, 28, que trabalha na Dimension (Moema), também já deu autógrafos. Covello diz que há um mês entrou em uma loja em Orlando (EUA) quando começou um "tititi".
"Muitas vieram conversar comigo. Acho que era para olhar de perto e saber se eu não era mesmo o Tom Cruise. Depois me pediram autógrafo mesmo sabendo que eu não era ele", diz.
Covello afirma que já recebeu até cartas de fãs, que se dirigiam a ele como Tom Cruise.
O vendedor Jorge Marcos da Silva, 33, percebeu que era parecido com o Danny De Vito quando trabalhava em uma loja em Miami (EUA). "As pessoas falavam o tempo todo disso. Principalmente se havia algum filme dele em cartaz."
Ele conta que a partir daí começou a brincar com a semelhança. "Alugava uma limosine com uns amigos para que todos pensassem que eu era o De Vito. Uma vez uma americana se aproximou e me deu um beijo."
Para ele, De Vito é uma "figura divertida". "Me identifico com ele. Sou um pouco mulherengo e divirto os amigos."
(LM)

Os smokings usados pelos sósias foram cedidos pela Maison Collection (al. Nhambiquara, 1.133, Moema, tel. 011/531-3718), e as camisetas da seleção, pela Bayard (shopping Ibirapuera). As fotos foram tiradas no teatro da Faap, no Pacaembu, zona oeste de SP

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