São Paulo, domingo, 24 de março de 1996
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Comunistas têm recuperação

CLÓVIS ROSSI
DO ENVIADO ESPECIAL

No céu de brigadeiro em que navega o Chile há tênues sombras.
No lado político, uma indicação de eventual descontentamento vem da relativa recuperação do Partido Comunista, o que mais foi dizimado pela ditadura Pinochet.
No final do ano, o PC ganhou as eleições para a Federação de Estudantes da Universidade do Chile, de cujo comando estava afastado desde antes do golpe de 1973.
Os comunistas levaram também o Colégio de Professores e ganharam em nove federações sindicais e em três sindicatos do setor do cobre, principal riqueza chilena.
Agora, o PC prepara-se para o salto que dará uma indicação do eventual descontentamento social. O partido disputará a direção da Central Única de Trabalhadores.
A ditadura militar foi uma verdadeira fábrica de transferir renda dos mais pobres para os mais ricos.
A democracia promoveu, em seis anos, certa reversão. Em 1969, última medição antes do golpe militar, os 40% mais pobres ficavam com 19,4% da renda nacional, porcentagem que caiu para 12,6%, às vésperas da restauração democrática.
Hoje, essa parcela subiu seu patamar para 15,1% da renda, bem abaixo portanto dos níveis de 1969.
Os 20% mais ricos, por sua vez, perderam algo com a democracia (sua fatia da renda caiu de 54,6% para 52,4%), mas ela ainda é bem maior do que os 44,5% registrados no ano de 1969.
(CR)

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