São Paulo, quinta-feira, 28 de março de 1996
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Fernando Henrique era contra o projeto

DA REDAÇÃO

Fernando Henrique Cardoso inicialmente era contra o projeto de transposição das águas do rio São Francisco, aprovado pelo então presidente Itamar Franco em 13 de julho de 1994.
"A mim horroriza o número de projetos começados e não terminados", disse Fernando Henrique no dia 5 de agosto de 1994: "Eu acho criminoso que se façam sempre novos projetos e não se terminem os que estão em marcha".
O então candidato a presidente criticou a falta de planejamento do governo. Segundo FHC, a transposição das águas era uma "obra necessária", mas que precisava ser feita "pensando no conjunto".
"É preciso ter uma noção global para saber se aquela obra é melhor do que essa -ou então é pressão política", declarou. No dia 12 de agosto, porém, após uma reunião com Itamar, Fernando Henrique passou a defender o projeto.
Projeto
O projeto de transposição do rio São Francisco prevê o bombeamento de águas do rio para quatro Estados: Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba.
O empreendimento foi anunciado em abril de 1994 pelo então ministro da Integração Regional, Aluizio Alves. Seu custo é estimado em US$ 2,1 bilhões (o equivalente ao da usina nuclear de Angra 1). Na época, Alves dizia que US$ 600 milhões estariam assegurados por bancos europeus e japoneses.
Com esses recursos, seriam construídos 240 quilômetros de canais e quatro estações elevatórias (que nivelariam o São Francisco com os leitos dos rios desses Estados).
Nessa etapa, o rio forneceria 50 metros cúbicos de água por segundo. O restante da obra dependeria de empréstimos do Banco Mundial. Numa segunda fase, daria 250 metros cúbicos por segundo, por 2.000 quilômetros de canais.
A primeira estação elevatória seria construída em Cabrobó, na divisa de Pernambuco com a Bahia. O projeto inclui ainda a construção de duas barragens: Castanhã, no Ceará, e Carmo, no Rio Grande do Norte. A idéia do projeto era abastecer 220 cidades, irrigando 1,6 milhão de hectares.
Técnicos da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), porém, dizem que o projeto prejudica o potencial hidrelétrico do rio.

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