São Paulo, quinta-feira, 28 de março de 1996 |
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FHC volta a incentivar os aliados a aprovar reeleição Palácio do Planalto vai negociar apoio de Maluf e César Maia FERNANDO RODRIGUES, MARTA SALOMON; KENNEDY ALENCAR
A intenção é aprovar a reeleição até para os prefeitos atuais. Mesmo com o tempo escasso -a eleição para prefeitos é em 3 de outubro-, o Planalto acredita ser possível aprovar a emenda. A decisão pegou de surpresa os aliados, especialmente o PFL. O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, que esteve anteontem reunido com FHC, é o principal patrocinador da nova investida pela reeleição. Junto com o presidente, Motta avalia que no ano que vem o prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPB), cumprirá a promessa de determinar que seu partido se oponha à reeleição. Com o PPB fora, o Planalto se tornaria um refém do PFL e de parcela do PMDB, que cobrariam muito caro pelo seu apoio. Para efeito público, a versão do Planalto é de que são os prefeitos de capitais os principais articuladores da nova investida pela reeleição. Além de Maluf, os mais interessados seriam o do Rio, César Maia (PFL) e o de Curitiba, Rafael Grecca (PDT). Depende do presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), dar o ritmo para a tramitação do projeto. "É muito difícil fazer uma previsão sobre um tema que não está em pauta. Depende de muita conversa", afirmou Luís Eduardo. Os governistas querem instalar a comissão especial que analisará o tema na semana seguinte à Páscoa. Para o deputado Mendonça Filho (PFL-PE), autor da emenda, a tramitação na Câmara pode ser em "cerca de 30 dias". Em seguida, a proposta teria de ser aprovada pelo Senado. Isso dificultaria a candidatura de atuais prefeitos, pois o prazo para deixarem os cargos é 2 de junho. Para Mendonça Filho, isso não seria problema. "É uma proposta de emenda constitucional. Podemos mudar o prazo da desincompatibilização. Ou, até, acabar com ela", afirmou. Não há certeza no Planalto sobre o sucesso da emenda da reeleição. Mas FHC acha que não poderia se opor à idéia defendida por aliados como Maluf e Maia. Além disso, o presidente é um dos maiores interessados no assunto. FHC tem um forte desejo de manter Maluf ao seu lado. O presidente sabe que hoje ele é um aliado, mas será um inimigo em 98. A Prefeitura de São Paulo seria um bom preço a se pagar. Na avaliação do Planalto, a conjuntura é favorável à proposta depois das recentes vitórias no Congresso com a consequente fragilização do grupo do senador José Sarney (AP) no PMDB, além da alta popularidade de FHC. (FERNANDO RODRIGUES, MARTA SALOMON e KENNEDY ALENCAR) Texto Anterior: Banda do Café Photo toca em festa da neta do presidente Próximo Texto: Consultores vêem crise de desconfiança Índice |
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