São Paulo, quinta-feira, 28 de março de 1996
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Ex-ouvidor diz que prefeitura o perseguiu após fazer denúncias

'Ombudsman' de Santos deixou cargo em fevereiro

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O ex-ouvidor da Prefeitura de Santos (SP), Nilo Entholzer, acusa o prefeito David Capistrano (PT) de perseguição após ter denunciado supostas irregularidades.
Entholzer, que se demitiu em fevereiro, disse que Capistrano cortou a linha telefônica do seu gabinete, retirou a secretária e cancelou a sua coluna semanal no diário oficial do município. Ele classificou a sua saída do cargo como "uma cassação branca".
Capistrano nomeou Entholzer para ouvidor público em abril de 94. Entholzer, filiado ao PSDB em 91, apoiou publicamente a candidatura de Capistrano. Por essa razão, ele foi expulso do PSDB.
Em agosto do ano passado, ele denunciou supostas compras sem licitações feitas pela Prodesan -empresa de economia mista da qual a prefeitura detém 99% das ações. Ele alega que a prefeitura não apurou "com isenção" suas denúncias. Os documentos foram solicitados pelo MP (Ministério Público), que deve concluir em 90 dias as investigações. Encerrada essa fase, o MP terá condições de avaliar se abre ou não processo criminal contra a prefeitura.
O prefeito, por meio de sua assessoria de comunicação, declarou que a linha telefônica e a secretária foram retiradas porque Entholzer não comparecia à prefeitura. Em janeiro, Entholzer disse que pediu licença médica de um mês.
Quanto à coluna semanal, Capistrano afirmou que Entholzer usava o espaço para acusações sem dar direito de resposta. A lei que criou a ouvidoria não prevê o uso da coluna. Sobre as denúncias, o prefeito afirmou que as compras citadas se referem a valores inferiores a R$ 10 mil, que dispensariam licitação.

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