São Paulo, quinta-feira, 28 de março de 1996 |
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UMA ÂNCORA A MENOS UMA ÂNCORA A MENOS A rigor, aliás, não se pode dizer que mesmo entre os membros do governo haja consenso sobre o que vai acontecer. Para o Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Guilherme Leite da Silva Dias, os assalariados de dois a três salários mínimos serão mais prejudicados. Haverá, nas suas palavras, uma "pancada" nos preços do milho que se transmitirá por toda a cadeia animal que usa esse insumo nas rações. Ao mesmo tempo, o Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, afirma que "não se pode dizer que haverá choque de preços no horizonte". Considerando-se que o técnico da Fazenda é também um notório especialista em economia agrícola, fica difícil saber qual o diagnóstico prevalecente. O próprio Mendonça de Barros sugere ainda que as coisas vão melhorar para os produtores agrícolas porque o governo intervirá menos. Sugere que o BNDES (sempre o BNDES...) ofereça avais para os produtores irem ao mercado captar empréstimos. Enquanto isso, Silva Dias admite que a securitização dos débitos agrícolas ainda não rendeu os efeitos esperados, que o governo está atrasado em dois meses no cronograma. Mais uma vez, as autoridades no governo (e no assunto) não se entendem. É inconcebível que uma economia com o porte da brasileira venha passando por uma virtual estagnação da área plantada nos últimos anos, com forte instabilidade na produção. O setor continua sem horizontes, enquanto no governo nem sequer o discurso sobre o tema é homogêneo. Pobre vocação agrícola a nossa. Texto Anterior: NO LIMITE Próximo Texto: SEMPRE OS MESMOS BOLSOS Índice |
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