São Paulo, quinta-feira, 4 de abril de 1996 |
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O comboio
NELSON DE SÁ
O Jornal da Hora deu ao vivo, com imagens, a fuga dos amotinados de Goiás. Outro espetáculo, outro assombro de Leonardo Pareja. O comboio de carros pretos deixando a prisão foi das mais impressionantes cenas recentes, na televisão. Todos criminosos, talvez assassinos, ladrões -dezenas em fuga, depois da "maior rebelião da história". - Agora os carros estão saindo aqui. Os carros do comboio. Um carro da Polícia Civil na frente. Estão todos com jornais nos vidros para evitar que as pessoas sejam identificadas. E por aí seguiu, à frente, a Bandeirantes. Quase dez minutos depois, longos minutos de silêncio da televisão em relação ao fato do dia, entrou a Manchete, sem as imagens. Em seguida, a Globo, com as imagens -mas fazendo de conta que começava a fuga, em momento infeliz. Na sequência, a Record, o SBT e a CNT. Não demorou e entrou a própria CNN, com a notícia e detalhes da fuga. A CNN entrou pouco antes da Rede Brasil. Que, afinal, é uma estatal e não toma parte da concorrência. Atraso O Aqui Agora, diante de um acontecimento de última hora, expõe o seu pior. Os amotinados já haviam se tornado foragidos há tempos, mas o noticiário novelesco seguia com cenas e texto do dia anterior, tratando a fuga ainda como uma possibilidade distante. Não é questão de estrutura, mas de ambição -ou até de atenção ao espectador. Conversa Em dia de vexames, a estatal Rede Brasil deu outros, ao vivo, na errática transmissão com uma rede argentina. Agravada por envolver FHC e Menem -que deram os seus, ao jogar conversa fora. E-mail: nelsonsa@folha.com.br Texto Anterior: FHC se contradiz, diz advogado Próximo Texto: Reeleição Índice |
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