São Paulo, quinta-feira, 4 de abril de 1996 |
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Câmara pode iniciar apuração do Sivam
LUCAS FIGUEIREDO
A Comissão Parlamentar de Inquérito do Sivam, no entanto, tem de entrar na fila das CPIs que aguardam instalação. É difícil que as investigações comecem ainda neste ano. O regimento interno da Câmara dos Deputados determina o funcionamento simultâneo de, no máximo, cinco comissões de investigação em uma legislatura. Existem duas comissões em andamento (medicamentos e fundos de pensão) e 14 na fila. A CPI do Sivam é a 15ª. Pedido a Luís Eduardo Arlindo Chinaglia disse que vai pedir ao presidente da Casa, Luís Eduardo Magalhães (PFL), que determine imediatamente a apuração de irregularidades no Sivam. "A Câmara não pode fazer o triste papel que fez o Senado", afirmou o deputado. O petista se referia ao processo de investigações do projeto patrocinado pelos senadores. Em novembro, o Senado instalou uma supercomissão para apurar indícios de irregularidades no processo de escolha das empresas participantes do projeto de radares da Amazônia -a brasileira Esca (gerenciadora) e a norte-americana Raytheon (fornecedora de equipamentos). As investigações dos senadores foram motivadas por uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) que levantou suspeitas sobre a condução do projeto concebido pela Aeronáutica. Durante os trabalhos, o presidente da supercomissão, senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), chegou a dizer que o Sivam estava "morto". No entanto, o projeto acabou recebendo aval da supercomissão e aguarda manifestação do plenário do Senado, cuja tendência é também apoiar o projeto militar orçado em US$ 1,4 bilhão. Estratégia Chinaglia tem uma estratégia para o caso de o presidente da Câmara não dar apoio às investigações, colocando a CPI do Sivam na "fila" das comissões de inquérito. "Vamos fazer um movimento para que o próximo presidente da Casa se posicione antecipadamente com relação à CPI do Sivam", afirmou ele. O deputado disse que Luís Eduardo Magalhães "vai estar protegendo o governo" se não der apoio às investigações. O mandato do pefelista no comando da Câmara se estende até o início do próximo ano. A idéia do PT é aproveitar o clima de disputa durante a sucessão da presidência da Casa para buscar o compromisso de apoio dos candidatos à vaga de Luís Eduardo à instalação da CPI. Na semana passada, o presidente da Câmara evitou se posicionar a favor da realização de uma comissão de inquérito para investigar o sistema financeiro. As investigações no sistema financeiro foram pedidas por 190 deputados, mas Luís Eduardo evitou a instalação da CPI, enviando o requerimento para o fim da fila das comissões de inquérito. Texto Anterior: Menem pede reeleição de FHC Próximo Texto: Os radares da Amazônia Índice |
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