São Paulo, sexta-feira, 5 de abril de 1996
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Petrobrás quer novo aumento da gasolina

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Petrobrás, Joel Rennó, pediu ao ministro da Fazenda, Pedro Malan, um novo reajuste de preços para a gasolina.
O principal argumento de Rennó é que a Petrobrás está operando com prejuízo, o que poderia inviabilizá-la após a regulamentação da quebra o monopólio do petróleo.
Na noite de terça-feira, Rennó reuniu-se durante quase quatro horas com Malan. O ministro das Minas e Energia, Raimundo Brito, também participou do encontro.
Petrobrás considera que o reajuste de 15% para o preço da gasolina nas refinarias, concedido pelo governo, não é suficiente para cobrir os custos de importação.
Os subsídios ao álcool e a elevação do preço do barril do petróleo no mercado internacional, aliado à defasagem cambial, geram prejuízo mensal de R$ 90 milhões para a estatal.
Em vez do aumento de 15% autorizado pela Fazenda, a Petrobrás reivindicou um reajuste de 20%.
A estatal analisa que esse aumento seria o mínimo necessário para cobrir os custos de importação.
Subsídio
Atualmente, a Secretaria do Tesouro Nacional deve à Petrobrás o equivalente a R$ 5,5 bilhões decorrentes dos subsídios ao álcool e o prejuízos da empresa com custos de importação de petróleo.
O Ministério das Minas e Energia quer obter da Fazenda um cronograma de recuperação do preço da gasolina e de capitalização da Petrobrás- injeção de recursos para cobrir os subsídios ao álcool.
A maior preocupação de Raimundo Britto e Rennó é com o envio ao Congresso do projeto de lei de regulamentação da quebra do monopólio estatal do petróleo, previsto para o próximo mês.
Após a aprovação do projeto, a Petrobrás disputará importação de petróleo, exploração e produção com empresas privadas.
A equipe de Brito analisa que a Petrobrás ficaria prejudicada em relação à concorrência se continuar operando no vermelho.
DNC
O diretor do DNC (Departamento Nacional de Combustíveis), Ricardo Pinto Pinheiro, discutiu com distribuidoras de derivados de petróleo a redução da mistura de álcool anidro à gasolina.
Essa proposta recebeu o sinal vermelho do ministro das Minas e Energia. A legislação fixa em 22% o teor da mistura do álcool anidro à gasolina como forma de reduzir a poluição ambiental.
A sugestão da redução da mistura, que exigiria mudança na legislação, teria como objetivo contornar a falta de álcool em todo o país.
O BNDES já está repassando a instituições financeiras recursos para financiar o plantio da cana para evitar falta de álcool.

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