São Paulo, domingo, 7 de abril de 1996
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Programa forma microempresários

Prefeitos querem ações para emprego

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

O Programa Comunidade Solidária, comandado pela primeira-dama Ruth Cardoso, ajuda a formar 1.638 possíveis microempresário em Murici (a 65 km de Maceió, Alagoas).
Os cursos são oferecidos por meio do Proger (Programa de Geração de Renda), que tem apoio financeiro da ONU (Organização das Nações Unidas).
O Comunidade Solidária é responsável por gerir todas as ações na área social do governo federal.
Ao custo de R$ 171 mil, Murici foi transformada em uma grande escola, onde os inscritos aprendem 19 profissões, que vão de cursos de informática a mecânica e de jornalismo comunitário a culinária.
Gerenciamento
Antes de iniciarem os cursos, técnicos que servem ao Comunidade Solidária ensinaram aos participantes noções de gerenciamento de uma microempresa.
Após o encerramento dos cursos, os habilitados estarão aptos a obter financiamentos a partir de linhas de crédito subsidiadas no Banco do Brasil, para que abram seus pequenos negócios.
Na opinião do prefeito Glaube Tenório (PSDB), em Murici o Comunidade Solidária está em um dos estágios mais avançados do país. Dos 13 programas ofertados pelo programa, a cidade alagoana já desenvolve 11.
A presença do Proger, segundo o prefeito, é fundamental para a redução dos índices de miséria da população local.
A atividade econômica do município tem mudado nos últimos cinco anos devido à falência das duas usinas de açúcar locais.
"Sem criar fontes de renda alternativas, só com a distribuição de alimentos não iríamos matar a fome da população desempregada", afirmou Tenório.
Emprego
Já os prefeitos do noroeste baiano beneficiados pelo Comunidade Solidária cobram de sua coordenação nacional mais investimentos em programas de geração de renda, emprego e saúde.
"É importante a distribuição de alimentos, mas não podemos passar o resto da vida dando comida ao povo. Sei que não dá para fazer tudo ao mesmo tempo, mas é preciso dar alternativas profissionais e emprego às pessoas", afirmou o prefeito de Jeremoabo (BA), Luiz Carlos Bertilotte Lima (PTB).
Lima afirmou que se Jeremoabo não fosse incluída no Comunidade Solidária a "situação do município seria ainda pior".
Segundo ele, a cidade, com pouco mais de 45 mil habitantes, ficou quatro anos em estado de emergência devido à seca.
O prefeito disse que os programas geridos pelo Comunidade Solidária "não apresentam novidades", já que estão disponíveis nos ministérios há vários anos.

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