São Paulo, domingo, 7 de abril de 1996
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Loja orienta a pedir socorro aos gerentes

LUÍZ PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Não são apenas atendentes de lojas de roupa ou de videolocadoras que são atacados pelo "sedutor".
Mesmo no McDonald's, onde o padrão de tempo de atendimento para cada cliente é de um minuto, há tempo para as cantadas.
Na semana passada, mesmo com apenas quatro dias na função de atendente, Carla Alves da Fonseca, 16, já tinha histórias para contar.
"Uns rapazes perguntaram meu nome e começaram a brincar com meu sotaque", diz Carla.
Ela arrasta o "r" típico dos moradores do interior de São Paulo. "Brincaram quando falei meu nome e com a palavra 'morango', quando eu disse que sabores de milk-shake havia."
Os atendentes da rede não têm respostas padronizadas. "Não há frases prontas no treinamento", esclarece Paulo Metello, 40, diretor de desenvolvimento de operações do McDonald's.
"Quem atende sempre vai sorrir e nunca ser indelicado. Se a pessoa é inconveniente, a orientação é saber lidar com a situação."
"A gente percebe quando isso acontece, porque ocorre sempre na área dos caixas. Se o gerente nota algum tipo de abordagem diferente, se aproxima e inibe", esclarece Nelson Humberto Ditt, 30, gerente operador da loja do shopping Eldorado, de São Paulo.
"Ah, aqui tem muita cantada", afirma, rindo, Neila Sassi, 18, treinadora de funcionários da loja.
"Há casos de pessoas que pedem e dão telefones, fazem brincadeirinhas e colocam cartões na caixa de sugestões da loja elogiando as meninas", conta Neila.
A orientação em caso de apuros, segundo ela, é sempre a mesma: chamar a gerência.
(LPz)

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