São Paulo, domingo, 7 de abril de 1996
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Mercado deve ajudar combate

DA REPORTAGEM LOCAL

O superintendente do Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica (DAEE), Ivan Whately, defende que o mercado imobiliário assuma parte das responsabilidades pelo combate às enchentes.
"O crescimento da cidade reduz a absorção da água pelo solo e, com isso, os rios estão cada vez mais sobrecarregados", diz ele.
Uma forma de amenizar essa situação, em sua opinião, seria aprovar uma lei municipal que obrigue empreendimentos imobiliários a criar mecanismos de contenção de água.
"Na França, as empresas têm de garantir, depois que o empreendimento estiver pronto, uma retenção de água similar à absorção do terreno em seu estado natural."
Isso poderia ser feito, por exemplo, com a construção de cisternas, reservatórios ou outras formas de contenção da água.
"Grandes áreas construídas devem possuir mecanismos de contenção de água", concorda o pesquisador Celso Santos Carvalho, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
Ele diz que, em média, os terrenos nativos absorvem 60% da água da chuva. Depois de construído um empreendimento sobre ele, essa absorção mal chega a 10%.
"Ou seja, 90% da água da chuva acaba nos rios, aumentando o risco de inundações."
Carvalho acha também que devem ser estimuladas campanhas para reduzir a quantidade de lixo que é despejada nos rios.

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