São Paulo, domingo, 7 de abril de 1996
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Sharon mentiu no Líbano, diz israelense

The Independent
de Londres

PATRICK COCKBURN
EM JERUSALÉM

Será que o general Ariel Sharon, 14 anos atrás, mentiu ao primeiro-ministro israelense sobre seu plano de levar o Exército israelense até Beirute? Ele nega a acusação, mas o fato de estar sendo feita pelo filho de Menachem Begin, primeiro-ministro durante a desastrosa invasão israelense do Líbano, em 1982, está reabrindo uma rixa de longa data no interior do partido direitista Likud, no qual ambos são figuras de destaque.
O ponto central da disputa é a alegação feita por Benny Begin de que Sharon, o então ministro israelense da Defesa, aproveitou a permissão obtida para promover uma investida limitada pela fronteira do Líbano para lançar uma invasão em escala total. Nos dois anos de combates que se seguiram morreram mais de 600 israelenses e 11.500 pessoas no Líbano, entre as quais os 800 palestinos massacrados nos campos de refugiados de Sabra e Chatila.
A acusação voltou à tona semana passada, quando veio a público um depoimento de Benny Begin num processo movido pelo general Sharon. Segundo Benny, seu pai, cuja carreira política foi cortada pela guerra do Líbano, teria dito que "não havia verdade alguma nas afirmações" feitas pelo general dando conta de que o gabinete estava era informado sobre os planos de levar o Exército a Beirute.
O general Sharon -que, se o Likud vencer a eleição, possivelmente seja indicado para um alto cargo no gabinete- convocou uma coletiva de imprensa para refutar a acusação.
Ele disse: "Há 14 anos sou perseguido por essa calúnia de que eu teria mentido a Menachem Begin." Sharon afirma que o gabinete sabia de seus planos para fazer o Exército atravessar uma linha 40 quilômetros a norte da fronteira israelense.

Tradução de Clara Allain

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