São Paulo, quarta-feira, 10 de abril de 1996
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Sarney nega aval político à venda do Econômico ao Excel

Senado vai apenas ler termos do acordo e depois engavetá-lo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse ontem que a Casa não vai analisar a venda do Econômico para o Excel, fechado semana passada pelo Banco Central.
Sarney disse que irá apenas ler em plenário a comunicação do acordo e depois "engavetará" o processo. A decisão frustra tentativa do governo de buscar aval político do Senado ao negócio.
O senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) -principal defensor do acordo- disse também que o negócio fechado já tem o aval do BC e não precisa ser ratificado pelo Senado.
Segundo a MP (medida provisória) 1.334, o Senado será comunicado sobre fusões feitas com recursos do Proer (programa de incentivo a fusão de bancos). A equipe econômica pretendia usar o mecanismo como forma de responsabilizar politicamente o Senado pelo negócio.
Na nota que anunciou a venda do Econômico, o BC afirmou que "detalhes do acordo estarão sendo tempestivamente comunicados ao Senado".
Divisão
A opinião entre os senadores está dividida com relação à questão. O senador Vilson Kleinubing (PFL-SC) defendeu o cumprimento da MP 1.134.
Pedro Piva (PSDB-SP) disse que é certo ouvir o Senado, já que muitos senadores "metem o pau no acordo". "É um zelo louvável do Gustavo Loyola (presidente do BC)", afirmou.
O líder do PMDB no Senado, Jader Barbalho (PA), tem posição contrária. "Para que o Senado vai apreciar o acordo? Para que serve o BC?", questionou.

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