São Paulo, quarta-feira, 10 de abril de 1996 |
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Economistas duvidam de equilíbrio
ANDRÉ LAHÓZ
"Vamos aumentar a importação de trigo e passaremos a importar milho, cujo preço está subindo violetamente. Teríamos que aumentar muito a exportação de café, suco e carne para compensar." O deputado Delfin Netto acha o resultado "estranho", mas afirma que não viu o estudo. Segundo o economista e consultor André Pessôa, haverá uma deterioração da balança comercial em US$ 1 bilhão em 96 por causa da agricultura. Segundo a estimativa do governo, o total das importações agrícolas saltará de US$ 3,7 bilhões em 95 para US$ 4,3 bilhões em 96 (acréscimo de US$ 599 milhões). Os produtos analisados foram trigo, milho, arroz e algodão, além de fertilizantes e defensivos. No lado das exportações, o crescimento será de US$ 712 milhões -passará de US$ 11,6 bilhões para US$ 12,3 bilhões, sempre segundo as estimativas oficiais. Os produtos de exportação no estudo são soja, café, suco de laranja, açucar, cacau e derivados, carnes (bovinos e aves) e fumo. Segundo o deputado José Fritsch (PT-SC), vice-presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural da Câmara dos Deputados, a visão do governo sobre o tema é "equivocada". O economista André Pessôa, da MB Associados, estima que a quebra de safra e da alta dos preços agrícolas terão impacto negativo de US$ 1 bilhão na balança comercial do setor. Segundo Pessôa, haverá, em 96, crescimento de US$ 1 bilhão nas importações de alimentos pelo Brasil, como consequência da produção menor neste ano. Por outro lado, as exportações não devem ser diferentes das de 95, resultando em uma diminuição do saldo comercial em US$ 1 bilhão. A principal diferença entre os números do governo -que mostram que não haverá alteração no saldo comercial agrícola em 96 em relação à 95- e os de Pessôa é a importação de milho. Pessôa acha que o país terá que importar 3 milhões de toneladas de milho em 96, mais do que o dobro sobre 95. O milho, assim como vários produtos agrícolas, estão tendo fortes altas em suas cotações internacionais. "No ano passado, a safra de milho foi recorde e o estoque do governo era muito mais alto. Este ano teremos aumento significativo na importação do produto." Texto Anterior: ICMS menor não é votado Próximo Texto: Pecuaristas querem retratação de Vieira Índice |
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