São Paulo, quarta-feira, 10 de abril de 1996 |
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Inquilinos deixam de pagar o aluguel Crescem ações de despejo por falta de pagamento GABRIEL J. DE CARVALHO
Mesmo na comparação com outros meses, as 5.082 ações são um resultado recorde -pelo menos pesquisando-se dados desde 1990. Em fevereiro passado, foram 4.288 ações, 93,33% maiores do que no mesmo mês de 1995. O presidente da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), José Roberto Graiche, atribui o aumento dessas ações à estabilidade da moeda e ao desaquecimento geral da economia: "A classe média, principalmente, vem encontrando dificuldades em saldar seus compromissos básicos". Antes do Plano Real, explica ele, o inquilino contava com a desvalorização da moeda, que tornava o aluguel mais barato a cada mês e facilitava o pagamento. Os reajustes de aluguel ocorriam em geral a cada seis meses. Os salários subiam até mensalmente. Agora, os aumentos são anuais, mas, com a inflação bem mais baixa, o valor real do aluguel praticamente se mantém no período. Mais acordos Outros dados colhidos pela Aabic no Poder Judiciário indicam, porém, que melhorou a relação entre proprietários e inquilinos. O número de de ações ordinárias de despejo, que envolvem principalmente a chamada "denúncia vazia", caiu de 2.229 em março de 1995 para 1.153 no mês passado. Segundo Graiche, o mercado de locação passou a oferecer uma renda mais estável e os proprietários têm dificuldade em alugar novamente o imóvel desocupado. As ações consignatórias de aluguel também caíram no intervalo de 12 meses: de 566 em março de 1995 para 161 em março passado. É sinal, para Graiche, de que locadores e locatários divergem menos na hora de reajustar o aluguel. A consignatória é acionada quando o inquilino discorda do valor cobrado e, até que a Justiça decida, deposita em juízo o valor que considera justo. Texto Anterior: O cronograma da telefonia Próximo Texto: Placa irregular faz posto pagar R$ 9.000 Índice |
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