São Paulo, quarta-feira, 10 de abril de 1996
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O drama verídico discute tensão racial em "Questão de Pele"

EDSON FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

São vários dramas unidos em um só em "Questão de Pele". O roteiro dispersa vários fios narrativos que se unem em uma meada completa e coesa.
O filme tem seu maior trunfo quando, em plena 2ª Guerra, discute outras guerras. Aquelas em que o inimigo não é facilmente identificável.
Um grupo de recrutas negros americanos é deslocado para um campo de treinamento na Inglaterra, que já estava ocupado por uma tropa de soldados brancos.
Com seus maridos britânicos combatendo os nazistas, as camponesas do comitê de boas-vindas se dividem entre o dever do ofício e os direitos da carne.
Tudo ia bem, até que um oficial inglês, contra a vontade dos generais americanos, decide que os soldados negros têm direito a um dia de descanso semanal e a frequentar os bailes promovidos pelos anfitriões ingleses.
Com tanta libido solta, acontecem os inevitáveis encontros amorosos, e, com isso o filme decola.
O soldado Travis Holloway se apaixona -e é correspondido- por Maggie Leyland, mulher de um oficial da Marinha inglesa que está servindo no Atlântico.
Além de descobrirem que gostam um do outro, soldado e camponesa sentem a mesma paixão pela música "Strange Fruit", cantada por Billie Holiday, que acaba virando epítome de todo o roteiro. Apesar de a situação não explodir, não há momentos de alívio.
O poder de octanagem da relação vai sendo explorado até o limite. Até que chega a hora em que todos acordam do sonho impossível e assumem seus verdadeiros papéis. E a guerra volta a ser apenas um pesadelo.

Vídeo: Questão de Pele
Direção: Paul Seed
Elenco: Courtney B. Vance, Kerry Fox
Distribuição: Penta (tel. 826-0233)

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