São Paulo, quarta-feira, 10 de abril de 1996
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Sereia nada no tempo

INÁCIO ARAÚJO
DA REDAÇÃO

A qualidade central do cinema, que Adolfo Bioy Casares elabora em seu romance "A Invenção de Morel", é a capacidade de reter o tempo.
Quem assistir pela primeira vez a "Escola de Sereias" (TNT, 7h), de George Sidney, vai se espantar com essa qualidade espantosa.
Como conceber, hoje, as coreografias aquáticas que fizeram a glória de Esther Williams? Existe ali um erotismo forte e discreto, assim como acenos militaristas evidentes.
Existe, ainda, um colorido exaustivo, uma imagética que constrói um universo em torno de uma piscina. Com toda a tecnologia de hoje, seria impossível refazer isso.
Há ali um mundo, um sistema de hábitos e crenças que não podem mais reencontrados. Isso o torna um filme único e ainda precioso.
Esther Williams já reina numa piscina. O tempo é seu domínio. Nele é que somos, hoje, convidados a mergulhar.
(IA)

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