São Paulo, sexta-feira, 12 de abril de 1996
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Os problemas de Covas

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Enquanto a quimera da reeleição em todos os níveis ainda continua sendo alimentada aqui e ali, o governador de São Paulo, Mário Covas, está preocupado com questões mais reais.
Três assuntos atormentam Covas: 1) a montanha de dívida que seu Estado tem de pagar por determinação judicial, 2) o caso Banespa e 3) quem será o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo em 3 de outubro.
Por causa das dívidas que deixam São Paulo em estado falimentar, o governador fez uma viagem-relâmpago ontem para Brasília. Queria ficar incógnito, mas foi logo descoberto.
No plano político, Covas está aflito para definir logo qual será o tucano a disputar a Prefeitura de São Paulo. Antes de FHC embarcar para a Argentina, o governador disse que esperava uma solução até o dia 20 de abril.
Covas também disse a FHC que o melhor candidato, a seu ver, é mesmo o ministro das Comunicações, Sérgio Motta.
O governador não quer José Serra (Planejamento). Serra, aliás, conquista cada vez mais o título de menos desejado tucano entre os tucanos.
FHC e Motta acham que só será possível decidir o assunto no início de maio. Até lá, estará sepultada -ou viabilizada- a tese da reeleição para os atuais prefeitos.
A decisão sobre a candidatura de Motta está nas mãos do ministro. Ele não sabe o que fazer. Adora ser ministro. Mas acha que ser prefeito agora é sua grande chance de voar mais alto politicamente.
Lisonjeado pelo convite de Covas, o ministro Motta gostaria de deixar um aliado seu nas Comunicações. Sonha até em ficar na Prefeitura de São Paulo e continuar influenciando no seu antigo ministério.
Covas, que apenas deseja ter um tucano aliado na prefeitura da capital de seu Estado, está uma pilha de nervos. Ninguém deve se espantar se o governador tiver alguma explosão por estes dias.

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