São Paulo, sábado, 13 de abril de 1996
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'São Paulo progride à sombra do Rio', diz ministro

DA SUCURSAL DO RIO

O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, publicamente prefere afirmar que está "avaliando" a possibilidade de se candidatar a prefeito de São Paulo.
Ele disse ontem no Rio ter "muito tempo ainda" para tomar a decisão, pois só teria de se desincompatibilizar do cargo no dia 2 de junho, conforme prevê a legislação eleitoral.
Durante o discurso em inauguração, Motta reiterou a prioridade do Rio no governo Fernando Henrique e, na tentativa de demonstrar essa prioridade, acabou minimizando São Paulo, a cidade em que poderá ter de buscar votos.
"O Rio é o farol do Brasil. O resto do país, inclusive São Paulo, progride à sombra do que o Rio projeta", disse, ao explicar por que ele e José Serra viajam mais ao Rio de Janeiro do que a outros Estados.
Serra
Motta voltou a insistir na candidatura à Prefeitura de SP do ministro do Planejamento, José Serra.
"Pode ser o Serra", disse ele, afirmando que "o Serra nunca disse não" à candidatura.
Ao ser perguntado sobre a possibilidade de concorrer, ele disse: "A gente nunca sabe". Logo depois afirmou que "tudo é possível".
Motta disse que há "diversos candidatos" a prefeito em São Paulo e que a candidatura vai depender também das coligações que podem ser formadas.
"Não tem falta, tem sobra de candidatos", disse o ministro.
Motta falou sobre sua possível candidatura depois da cerimônia de inauguração do terminal internacional de cargas da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), na Ilha do Governador (zona norte do Rio).
Reeleição
Motta voltou a defender a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso.
O ministro disse considerar que todo país moderno tem o direito de eleger seus representantes e "nada melhor do que escolher um governante que já tenha experiência".
Ele afirmou que Fernando Henrique determinou que o governo não se envolva na campanha pela reeleição no Congresso.
"A reeleição está na mão do presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães", disse.
Para Sérgio Motta, "o cronograma (da votação da reeleição) vai depender do andamento das coisas e vai ficar ao sabor das pressões políticas do país".
Uso da máquina
Motta disse que a questão da reeleição está pendente desde a Constituinte, quando o mandato foi reduzido para quatro anos e não foi aprovada a reeleição.
Ele disse que as críticas de uso da máquina política como argumento contrário à reeleição "são absurdas".
"Nós temos no Brasil e em meu Estado (São Paulo) exemplos em que a máquina foi usada para eleger o sucessor do governador anterior", disse Motta.

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