São Paulo, segunda-feira, 15 de abril de 1996
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Paralisia cerebral

SUELY HARUMI SATOW

No último Dia Internacional da Mulher, movimentos reivindicatórios pleiteavam maior cuidado na saúde da mulher, citando números muito altos de mortalidade materno infantil.
Mas esqueceram de crianças que sobrevivem mesmo sendo vítimas de uma deficiência que, em 80% dos casos, poderia ser evitada por meio de certos cuidados de prevenção com a mulher com a potencialidade de engravidar, que é a paralisia cerebral, além de outras deficiências, também provocadas pela ineficiência da assistência da saúde no que concerne à gestação da mulher.
Chama-se paralisado cerebral (Pc) todo portador de deficiência física originada de lesão cerebral. A deficiência pode aparecer após o nascimento, por meio de um traumatismo craniano ou de uma doença.
Segundo o diretor clínico da AACD (Associação de Assistência às Crianças Defeituosas), dr. Ivan Ferraretto, aparecem por ano 30 mil portadores de paralisia cerebral. Esse dado foi divulgado na Folha no mês de maio de 1995. E 80% dos casos poderiam ser evitados se houvesse um neonatologista na sala de parto, juntamente com o obstetra.
Ainda mais lamentável é a constatação de que esse procedimento é lei e que quase 90% dos hospitais não o cumprem. Ainda existem outros itens que poderiam servir como prevenção para que tal deficiência não afetasse as crianças:
1) a vacinação das mulheres entre 15 e 55 anos contra a rubéola;
2) o conhecimento prévio do fator sanguíneo da mãe, pois a incompatibilidade sanguínea de mãe e filho apresenta um grande risco de a criança vir a portar a Pc;
3) fazer os exames antes da gravidez e fazer o acompanhamento médico durante a gestação e na hora do parto, além de cuidados após o nascimento.
Com tais cuidados serão também evitados outras deficiências físicas, mentais, sensoriais e múltiplas.

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