São Paulo, segunda-feira, 15 de abril de 1996![]() |
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Argentino recomenda investir no Rio
LUIZ CAVERSAN
Este é o resumo do que afirma detalhadamente um livro que será lançado no final do mês na feira industrial de Hannover (Alemanha), o principal evento do gênero no mundo. O interessante é que não se trata de propaganda do governo brasileiro, nem sequer está em português. Por mais estranho que possa parecer, quem recomenda investimentos no Rio, afirmando tratar-se de um mercado em franca expansão, é um argentino. Mais: é o cônsul-geral da Argentina no Rio, o economista e professor de economia Carlos Fasciolo. Investimento Com nove anos de Brasil -sete em Brasília e dois no Rio-, Fasciolo, 53, afirma que decidiu escrever o livro "Brasil, Por Que o Rio de Janeiro?" (Ed. Faculdade da Cidade/Sebrae) para facilitar o trabalho de operadores e investidores argentinos que possam se interessar pelo mercado do Rio. Mas ele admite que o livro, por ser escrito por um não-brasileiro e estar publicado em espanhol, também será útil para o Rio atrair os empresários de qualquer país do Mercosul -aliança comercial envolvendo Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai-, assim como do Chile e da Bolívia. Segundo disse, "é uma tendência natural os negócios entre países do Mercosul se concentrarem nas regiões de fronteira, no caso do Brasil o Rio Grande do Sul ou no máximo São Paulo. O que eu pretendo é ampliar este raio de ação para o Rio". Crescimento O livro de Fasciolo parte de um pressuposto básico em economia quando se pensa em investimentos: o Rio vem crescendo a taxas muito mais atraentes que outros Estados. "Nos últimos quatro anos o PIB do Rio cresceu 21%, contra 4,9% de Minas Gerais, por exemplo", diz Fasciolo. Outros indicadores relacionados por Fasciolo: o Rio produz 39% do gás natural do país, é responsável por 80% de toda a produção de petróleo, tem o primeiro teleporto do Brasil, uma forte infra-estrutura de portos e aeroportos, e, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a mão-de-obra mais qualificada do país. "O Rio também tem um mercado consumidor em franca expansão. São 7% ao ano de crescimento, o que significa que em cinco anos o mercado consumidor do Rio vai ultrapassar o de São Paulo", diz Fasciolo, que espera ver o investidor argentino usufruindo de uma fatia deste mercado. Privatização O livro -que terá tiragem de 5.000 exemplares e será distribuído internacionalmente pelo Sebrae- destaca ainda o programa de privatização em curso no país e os investimentos do governo federal no Rio como uma demonstração de interesse interno pelo crescimento da economia do Estado. Texto Anterior: Vinhos franceses aderem à garrafa azul Próximo Texto: Brasileiro gasta mais com alimentação Índice |
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