São Paulo, terça-feira, 16 de abril de 1996
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IML exuma mortos por hemodiálise

FÁBIO GUIBU

FÁBIO GUIBU; ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Advogado diz que mortes foram um 'acidente' e vai pedir reabertura da clínica

O IML (Instituto de Medicina Legal) de Pernambuco inicia hoje a exumação de 19 corpos de pacientes do Instituto de Doenças Renais de Caruaru.
A contaminação provocou a morte de 36 pessoas. Outras quatro morreram de doenças ligadas à insuficiência renal.
O trabalho de exumação consiste no exame dos corpos e retirada de amostras das vísceras para análise. As vítimas que serão exumadas não foram submetidas a autópsia.
Segundo o diretor do IML, Dilson Marques, os resultados deverão ser divulgados até 30 dias.
O advogado dos proprietários do IDR, Gilberto Marques, disse ontem em Recife que pedirá à Secretaria da Saúde o recredenciamento da clínica ao SUS. O objetivo é reabrir o instituto, que foi descredenciado e teve seu alvará de funcionamento cassado em 3 de abril.
Marques sustenta que o fechamento foi decidido com base em um "relatório preliminar" e que "não houve direito de defesa". O advogado atribui as mortes a um "trágico acidente fatal".
O secretário da Saúde, Jarbas Barbosa, classificou o pedido como "mero artifício da defesa".
O presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco, Adaílton Vidal, afirmou ontem que a comissão criada pela Secretaria da Saúde para investigar as mortes é tecnicamente incapacitada.
Ele disse que a comissão não tem especialista em nefrologia e produziu um laudo "inconsistente".

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