São Paulo, quarta-feira, 17 de abril de 1996
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Maluf nega apoio à candidatura Motta

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O prefeito Paulo Maluf não apoiará a eventual candidatura do ministro Sérgio Motta (Comunicações) à Prefeitura de São Paulo: "O PPB tem que ser cabeça de chapa e ponto final".
A declaração põe um ponto final na negociação, ensaiada com o aval do presidente Fernando Henrique Cardoso, para que o PSDB e o PPB lançassem um candidato comum à Prefeitura de São Paulo.
O candidato de Maluf à sua sucessão deverá estar escolhido em três semanas, segundo um roteiro traçado pelo prefeito. Não haverá disputa formal, mas uma espécie de "prévia intelectual", disse.
Maluf adianta que o candidato do PPB sairá do seu secretariado. A escolha está restrita às seguintes alternativas: Celso Pitta (Fazenda), Reynaldo de Barros (Obras), Paulo Richter (Saúde) ou Lair Krahenbuhl (Habitação).
Estratégia
Qualquer que seja o escolhido, a campanha vai apresentá-lo como continuador da obra de Maluf.
Essa seria uma alternativa à reeleição do próprio prefeito, que vê esgotadas as chances de vir a se beneficiar de uma mudança na Constituição ainda neste ano.
"Se alguém quiser ser vice, estamos abertos", disse o prefeito, insistindo em que não há chance de recuo na decisão que tomou.
Maluf prefere não falar sobre as chances de um adversário tucano na disputa pela prefeitura, que certamente sairá com o apoio de FHC. "Não estou desmerecendo o presidente da República, mas o candidato é à prefeitura", observa.
Segundo turno
O candidato tucano, porém, não será o alvo preferencial de ataques dos malufistas. A principal adversária será Luiza Erundina, do PT. Não está descartada uma aliança com os tucanos no segundo turno.
"Tenho muita alegria em ser amigo do Sérgio Motta", comentou Maluf, apesar de irritado com a atuação do ministro na propalada tentativa do governo de garantir a possibilidade de reeleição já para os atuais prefeitos.
Candidato à sucessão de FHC em 1998, Maluf afirma que o entendimento com o PSDB para o lançamento de um candidato comum não prosperou por falta de um nome "suprapartidário" de consenso. O empresário Antonio Ermírio de Morais e o banqueiro Olavo Setúbal recusaram o convite.
Integrantes da cúpula do PSDB ouvidos pela Folha já admitem que o partido terá dificuldades para eleger o prefeito de São Paulo. Mas não consideram isso uma derrota, porque o partido hoje já não controla a capital paulista.

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