São Paulo, quarta-feira, 17 de abril de 1996
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Reforma ministerial

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Está cada vez mais madura uma mudança de ministros. O termo "reforma ministerial" será evitado. É só uma questão semântica. FHC não gosta de substituições.
O presidente sonha com um ministério estável. Isso tem se revelado impossível. A base de sustentação do governo é elástica. A cada expansão surge uma nova demanda.
Há duas demandas urgentes. Viabilizar a reeleição e dar um ministro para o PPB. São matérias interligadas. Dentro do Palácio do Planalto concluiu-se que o partido de Paulo Maluf receberá um ministério antes de surgir uma nova crise.
O tempo das mudanças ainda não está definido. Bem ao gosto de FHC, serão efetivadas dentro de um processo, aos poucos.
Primeiro, deve vir o ministro do PPB. Isso tem tudo para ocorrer nos próximos 30 dias. Em seguida, novas articulações pela reeleição -ainda insuficientes para a tese emplacar.
O próximo passo, em junho, será a saída de um ministro para ser candidato a prefeito em São Paulo. Sérgio Motta sairá e uma solução doméstica está sendo preparada.
Uma mudança maior deve ocorrer só depois de 3 de outubro. Vai depender do resultado das eleições municipais. Se o PSDB ganhar algumas capitais e outras cidades importantes, FHC terá força para rearticular seu ministério e partir com mais ênfase para aprovar a reeleição.
Tudo o relatado até aqui é a intenção do governo. Apesar disso, o Congresso ferve com boatos sobre uma grande reforma ministerial já. É improvável essa hipótese.
A entrega de um ministério ao PPB é a fonte geradora dos boatos. Estuda-se uma saída triangular. Um ministro atual (Dorothea Werneck-Indústria e Comércio) sai, outro (Andrade Vieira-Agricultura) ocupa seu lugar e o PPB entra na vaga aberta.
Isso é o que há de fato nas possíveis mudanças de ministros. O resto é boato e especulação.

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