São Paulo, quinta-feira, 18 de abril de 1996 |
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Presidente 'enfrenta' os opositores
WILLIAM FRANÇA
Quando contornou o último biombo com fotos de Lisboa antiga, expostos num salão na Embaixada de Portugal, deu de cara com um espécie de frente anti-reeleição formada ali, no lugar onde ele era o homenageado. O presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP) conversava com o ex-presidente Itamar Franco, atual embaixador do Brasil em Portugal. Diante da insistência dos fotógrafos, não houve saída. FHC abraçou Sarney e Itamar. Os três posaram para fotos. De quebra, puxaram Guterres e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Sepúlveda Pertence, para completar o quadro. FHC até tentou se livrar da situação, sem sucesso. Apelou para Pertence. "Faça alguma coisa", disse FHC a ele. "Não posso dar uma liminar impedindo os fotógrafos. Eles não obedecem", respondeu Pertence, entre gargalhadas. Seguranças a postos, FHC conseguiu olhar as últimas fotos que mostravam a restauração do Chiado (bairro de Lisboa). Mas a conversa dos ex-presidentes prosseguiu animada, até que Itamar decidiu ir embora, às 21h30, e não participar do jantar oferecido a FHC. Sarney ficou. Acabou compondo a mesa principal, colocada nos fundos da embaixada. Sobre FHC, disse Sarney: "Foi um encontro tranquilo. Nossa briga não é tão paroxista (extremada) quanto dizem". No começo, eram oito os que compunham a mesa principal. Quando FHC deixou a embaixada, às 22h55, 18 convidados se espremiam no local. Ao deixar o jantar, FHC encontrou o governador petista do DF, Cristovam Buarque. "Muito bem, companheiro!", disse o presidente ao governador, usando a saudação petista. "Dom Fernando Henrique... desse jeito, o senhor vai longe!", emendou Cristovam. FHC completou a frase, olhando para o presidente do Supremo Tribunal Federal, Sepúlveda Pertence, que estava ao seu lado. "Se eu tiver proteção da Justiça, eu vou longe!". Em seguida, notando o olhar enigmático de Pertence, FHC completou: "É, mas não tenho...". Mudou de conversa ao ver que estava sendo observado pela Folha. Texto Anterior: Ceticismo já ronda o Planalto Próximo Texto: Sônia chora na solenidade Índice |
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