São Paulo, quinta-feira, 18 de abril de 1996
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Erundina pretende tirar votos de Rossi

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O comando da campanha de Luiza Erundina, candidata do PT à prefeitura paulistana, decidiu que o combate inicial será travado com o candidato Francisco Rossi (PDT).
"Nós vamos buscar a base do Rossi na periferia", disse Jilmar Tatto, coordenador da campanha da ex-prefeita e presidente do diretório do PT na cidade de São Paulo.
A decisão de partir para o confronto com o pedetista foi tomada em reunião ontem e baseou-se em duas avaliações: Rossi e Erundina são fortes na periferia da cidade, logo disputam faixas semelhantes do eleitorado, e o momento político seria desfavorável ao candidato do PDT.
Com o mapa da votação paulistana de Rossi na eleição para o governo estadual em 1994, os petistas concluíram que o cacife do adversário está concentrado na faixa a quem o discurso de Erundina é dirigido.
"Nós temos que crescer na base miserável e a agenda da Luiza no início da campanha será reservada basicamente à periferia", afirmou Tatto.
Motta
A outra ponta da análise do comando de Erundina aponta para um esvaziamento da candidatura de Rossi.
Embora não apoiada em dados estatísticos, o PT trabalha com o cenário de que o pedetista começa a sentir falta de um partido estruturado e, ainda, estaria pagando o preço de sua pregação religiosa na campanha de 1994.
"O Rossi está fazendo água e temos que ir para o segundo turno numa posição de força", considera Tatto.
O raciocínio esconde um temor do PT: o partido acha que a provável candidatura de Sérgio Motta tende a aglutinador apoios que podem levá-la a um segundo turno. Daí a necessidade de assegurar uma boa dianteira para Erundina no primeiro turno.
O PT paulistano também acredita que a eleição na cidade se dará em duas frentes: Erundina e Rossi disputando os votos da periferia e Motta e o candidato que será ungido pelo prefeito Paulo Maluf (PPB) batalhando pelo eleitorado de centro e conservador.
"O adversário principal na campanha é a política neoliberal, mas no início a luta é pelos votos de Rossi", disse Tatto, como que apostando num duelo com os tucanos no segundo turno.
O grupo de Erundina quer também quebrar a tradição das campanhas amadoras do PT. "Vamos profissionalizar tudo que for possível", declarou o coordenador de Erundina.

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