São Paulo, quinta-feira, 18 de abril de 1996
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Greve pública

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

A história se repete:
- Serviços de saúde, previdência e trabalho são prejudicados pela greve dos servidores. A paralisação provocou tumultos e bate-boca entre os grevistas e as pessoas que procuram atendimento.
Mais uma vez, PT e CUT vão precisar recorrer a malabarismos de raciocínio para provar que o alvo é, não a população e os eleitores, mas FHC e as reformas.
Vai ser difícil, quando "a farmácia que distribui remédios de graça em São Paulo está fechada".
Na greve dos petroleiros, também eles servidores, foi o gás que faltou para quem não poderia. Agora é o serviço federal todo que vai faltar -ou 40% dele, segundo o comando de greve, na Globo.
E a história se repete, na intransigência do governo. O ministro da Administração já garantiu, segundo a CBN, que "não há espaço no orçamento para conceder aumento aos servidores".
E mais, vai descontar os dias parados. Os grevistas de Belo Horizonte, a exemplo dos petroleiros que queriam ser heróis em Cubatão, disseram nada temer.
Leão
Por outro lado, "a greve do funcionalismo vai atrapalhar o leão da Receita".
Segundo a Manchete, 90% dos funcionários da Receita já pararam, inclusive o atendimento de plantão.
E faltam duas semanas.
Confiança
Gustavo Loyola já ganha aliados, ainda que por piedade -como Chico Pinheiro, que reclamou que o presidente do Banco Central "está sendo crucificado".
Mais importante, o massacre foi tamanho, que forçou Pedro Malan a pedir uma audiência na Globo.
No Bom Dia Brasil, garantiu que Loyola não está demissionário e tem a confiança dos superiores. Mas podia ter sido mais convincente.
E-mail±nelsonsa@folha.com.br

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