São Paulo, quinta-feira, 18 de abril de 1996
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Projeto aprovado sofreu alteração

RAQUEL ULHÔA
FERNANDO RODRIGUES

RAQUEL ULHÔA; FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Deputado mudou o texto sem o governo perceber

O governo cochilou na votação da redação final do projeto da lei de propriedade industrial -a "lei de patentes"- pela Câmara dos Deputados, terça-feira, e o plenário acabou aprovando uma mudança de mérito que limita o patenteamento de microorganismos.
A manobra foi conseguida pelo deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), que passou despercebida pelo presidente da Câmara, deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), e só foi notada ontem por uma questão de ordem apresentada pelo deputado Gerson Peres (PPB-PA).
Pego de surpresa, Luís Eduardo não sabia até o início da noite como resolver a questão. Ele suspendeu temporariamente o envio do projeto para sanção do presidente.
Na votação da redação final de um projeto, só deve ser alterado o texto, nunca o mérito. A secretaria da Mesa Diretora informou que não há precedente parecido. Em princípio, a secretaria entende que não há como voltar atrás.
No artigo 18, o texto dizia apenas que não são patenteáveis "o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos que atendam aos três requisitos de patenteabilidade -novidade, atividade inventiva e aplicação industrial... e que não sejam mera descoberta".
Colatto apresentou emenda incluindo a expressão "transgênico" logo após a palavra "microorganismo". Segundo definição do próprio projeto, microorganismo transgênico é aquele que teve sua composição genética alterada mediante intervenção humana.

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