São Paulo, quinta-feira, 18 de abril de 1996
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Tumulto marca o início do PAS na zona sul

MALU GASPAR
DA REPORTAGEM LOCAL

A implantação do PAS (Plano de Atendimento à Saúde) no Campo Limpo (zona sul de SP) foi marcada por confusão e falta de atendimento. O plano começou a funcionar às 18h de ontem no Hospital Dr. Fernando Mauro Pires Rocha.
No início da noite, cerca de cem funcionários de unidades de saúde da região se concentraram -com fitas pretas, velas e carro de som- em frente ao hospital em protesto contra a implantação do plano. Eles disseram que fariam vigília durante toda a noite. Cerca de 50 policiais da Guarda Civil Metropolitana guardavam o local.
A chegada de um homem que havia sido atropelado, trazido por um ônibus às 19h30, provocou um tumulto que durou cerca de meia hora. Adão Cardoso foi atropelado nas imediações do hospital.
Os manifestantes se concentraram no saguão de entrada do hospital exigindo que ele fosse atendido. Os guardas-civis fizeram um cordão de isolamento no local.
Quando o CRM e o Sindicato dos Médicos pediram para entrar no hospital e fazer uma vistoria, foram barrados pelos guardas. Os manifestantes começaram a gritar e foram impedidos pelos guardas aos chutes e pontapés de ficarem no saguão.
Depois de meia hora de negociação, os membros do CRM puderam entrar no hospital.
Às 21h, houve um novo tumulto. Médicos que haviam sido dispensados às 19h por aderirem ao plano entraram em discussão com o assessor de imprensa do PAS, que os acusou de negar atendimento aos pacientes.
O posto de saúde Jardim São Luís, onde seria o PAS seria instalado a partir da 0h de hoje, ficou dois dias sem receber nenhum paciente por causa dos preparativos para a instalação do plano.
Ontem, o posto não funcionou porque estavam sendo instalados computadores. "Hoje os funcionários que não aderiram ao PAS não estão mais trabalhando", disse João Alberto Dantas, auxiliar técnico administrativo, um dos dois funcionários do local que aderiram ao plano. Segundo ele, o horário normal de fechamento do posto é 20h.
Magnoli disse que o posto deveria estar funcionando e que vai checar o que aconteceu.

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