São Paulo, quinta-feira, 18 de abril de 1996
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PF investiga abandono de duas crianças estrangeiras

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A Polícia Federal e a Interpol (Polícia Internacional) investigam o abandono de duas meninas, provavelmente alemãs e com idade aparente entre um e dois anos, em Porto Alegre (RS).
Segundo a PF, um homem com sotaque estrangeiro contratou um táxi no aeroporto da capital gaúcha na última quinta-feira para entregar as meninas na casa do engenheiro de manutenção da Varig Paulo Germano Leipelt.
O homem, alto, ruivo e com bigode, deu o endereço da casa de Leipelt por escrito ao motorista, apanhou outro táxi, para a estação rodoviária, e não foi mais visto.
Leipelt e sua mulher, Edith, pais de dois adolescentes, não estavam em casa quando as meninas foram recebidas pela empregada.
Eles dizem não ter explicação para o fato. A juíza-substituta da 1ª Vara da Infância e da Juventude, Ângela Silveira, deu ao casal a guarda provisória das meninas.
As poucas palavras pronunciadas pelas meninas são em alemão, língua falada por Paulo Leipelt. Elas também atendem ordens no mesmo idioma. No início, elas se mostravam "assustadas", mas agora já parecem "adaptadas" à casa da família, segundo Edith Leipelt, professora especializada em crianças excepcionais.
A PF já ouviu o casal e os motoristas de táxi Carlos Otávio Riva da Silva e Celso Bittencourt, que transportaram as crianças e o homem que as trouxe à cidade. Para a polícia, as meninas chegaram a Porto Alegre em vôo doméstico.
Ontem, estava sendo elaborado um retrato falado do homem que deixou as crianças no aeroporto. Segundo a PF, a Interpol levantará a relação de crianças desaparecidas em outros países.
O passado de Leipelt também será analisado. "Vamos refazer a vida dele", disse o policial Luis Fernando Correa, do gabinete da superintendência regional da PF.
Edith Leipelt disse desejar que os pais das crianças apareçam. Caso isso não ocorra, ela declarou que pretende adotar as meninas. "Elas estão felizes aqui", afirmou.

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